Professores de Arquitetura do DECivil vencem o prémio RIBA International Award for Excellence 2024

Os Professores das Unidades Curriculares de Projecto de Arquitectura III e IV do 2.º ano do mestrado integrado em Arquitetura Inês Vieira da Silva e Miguel Vieira venceram o prémio RIBA International Award for Excellence 2024, com o edifício da Adega da Azores Wine Company, na ilha do Pico, uma colaboração entre a SAMI-arquitectos e a DRDH-Architects.

Adega da Azores Wine Company

O Prémio Internacional RIBA é atribuído pelo Royal Institute of British Architects e constitui um reconhecimento global em arquitetura, celebrando edifícios de todo o mundo que demonstram pensamento visionário, excelência de design e impacto social. Em 2024 este prémio distinguiu 22 projetos que representam uma mudança cultural significativa na forma como a arquitetura é projetada e construída para as gerações atuais e futuras. Desde residências particulares e estações de metro até museus e escolas, cada projeto é um exemplo do mais alto calibre de resposta arquitetónica aos desafios sociais, culturais e ambientais.

Adega da Azores Wine Company


A Memória Descritiva de Arquitectura do edifício é a seguinte:
“À semelhança das adegas tradicionais da Ilha do Pico - estruturas de pequena escala situadas junto à costa onde se produzia vinho e recebia familiares e amigos – pretendemos desenhar uma Adega que também pudesse reunir, em si mesma, os dois propósitos, juntando num único edifício a indústria e o turismo."

Adega da Azores Wine Company

"O facto de se localizar em plena Paisagem Património Mundial da UNESCO levou-nos a pensar com particular cuidado a escala do edifício utilizando a evocação dos antigos conventos da ilha para o seu desenho assumindo, assim, a Adega como um elemento fundador do território que lhe conferisse escala sem o desvirtuar."

"A simplicidade volumétrica por que se optou na definição do edifício permitiu a sua implantação numa topografia particularmente acidentada, acompanhando e respeitando o seu declive natural com a articulação de uma das suas alas a várias cotas e com o desenho do seu canto noroeste atingindo dois pisos."

Adega da Azores Wine Company

"Desenhou-se a Adega à volta de um pátio – um claustro, poder-se-ia simbolicamente assim designá-lo – distribuindo as áreas de produção em três alas, que coincidem também com as áreas sociais, e uma quarta ala turística, de maior recolhimento. É, assim, possível criar dois percursos paralelos dentro do próprio edifício que, em qualquer momento, podem cruzar-se: um percurso pelo interior das diferentes salas, que culmina na Sala de Provas, e um percurso exterior em rampa, pela galeria coberta, em torno do claustro, proporcionando uma gradação de funcionalidade versus intimidade, desde os espaços de maior intensidade produtiva aos espaços de encontro e, finalmente, de recolhimento."

"O espaço do claustro, com o seu jardim, é um outro elemento fundamental da proposta arquitectónica, já que nele se procura criar uma atmosfera de conforto num território onde a prevalência do negro da pedra vulcânica nos atinge, por vezes, com uma certa dureza.
Pretendeu-se construir um edifício capaz de responder às necessidades programáticas e funcionais de uma estrutura industrial e em simultâneo pensar a escala desse mesmo edifício de forma pertinente e adequada ao território em que se insere, mantendo sempre o ambiente intimista que define as adegas do Pico."

Adega da Azores Wine Company

"A beleza e a afirmação deste edifício reside precisamente na sua escala e no equilíbrio das suas proporções, na atmosfera dos seus espaços interiores e na sua total inserção na paisagem.
O edifício é sustentável pois assenta sobre paredes totalmente revestidas com pedra oriunda do lugar; a cobertura do edifício desenha uma linha contínua e rigorosa na paisagem, como se de uma antiga cisterna se tratasse, criando um sistema de recolha e recirculação de água para utilização na indústria; emerge como símbolo da sustentabilidade de uma paisagem ligada ao cultivo da vinha, classificada como Património da Humanidade em 2004, processo que levou à recuperação de terrenos de vinha abandonados e permitiu revitalizar a actividade vitivinícola, assegurando a sustentabilidade Económica, Social e Cultural de todo um território.”

Adega da Azores Wine Company

O DECivil congratula os Professores Inês Vieira da Silva e Miguel Vieira por este prémio e deseja-lhes as maiores felicidades.

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Adega da Azores Wine Company
Adega da Azores Wine Company
Miguel Vieira e Inês Vieira da Silva (créditos Tiago Miranda)